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quarta-feira, 23 de abril de 2014

Com emoção, filme conta saga de Dominguinhos no tom árido do sertão



Resenha de documentário musicalTítulo: Dominguinhos
Direção: Joaquim Castro, Eduardo Nazarian, Mariana Aydar
Idealização e direção musical: Eduardo Nazarian, Mariana Aydar e Duani
Roteiro: Di Moretti
Cotação: * * * *
Estreia nos cinemas prevista para maio de 2014

Um pião a rodar na terra seca do sertão é a primeira imagem de Dominguinhos, tocante documentário que reconta a saga do cantor, compositor e sanfoneiro José Domingos de Morais (Garanhuns - PE, 12 de fevereiro de 1941 - São Paulo - SP, 23 de julho de 2013). Por Dominguinhos ter sido de lá do sertão, do interior do mato, Joaquim Castro, Eduardo Nazarian e Mariana Aydar - diretores do filme exibido na 19ª edição do festival de documentários É tudo verdade antes de entrar em circuito nos cinemas em estreia prevista para maio de 2014 - acertam ao focar a história de Seu Domingos no tom árido da caatinga.
 
Mas tal aridez, que remete à estética do filme Vidas secas (Nelson Pereira dos Santos, 1963), é diluída pela emoção que brota na tela como chuva a aliviar a seca e o cotidiano do sertanejo. São águas abundantes como as lágrimas incontidas da cantora Nana Caymmi ao dar voz - em número feito para o filme - à canção Contrato de separação (Dominguinhos e Anastácia, 1979) diante da sanfona e do olhar terno do compositor da música. Lançada pela própria Nana, Contrato de separação simboliza no roteiro de Di Moretti o fim do casamento de Dominguinhos com sua primeira esposa, Janete. Capítulo triste da saga narrada na primeira pessoa pelo próprio Dominguinhos através da fina costura de depoimentos em off captados pelos diretores do filme com trechos de entrevistas concedidas pelo artista a programas de TV.
 
A saga é contada em ordem cronológica em rota que vai da interiorana cidade pernambucana de Garanhuns - que viu Dominguinhos nascer, filho de pais alagoanos descendentes de índios - aos palcos mais nobres do Brasil. Da aridez da interpretação juvenil d'O canto de Acauã (Dominguinhos e Anastácia, 1976), símbolo da vida seca dos tempos em que o pai agricultor tirava da roça pobre o sustento da família, às águas que marejam os olhos do cantor na interpretação maturada da canção De volta pro aconchego (Dominguinhos e Nando Cordel, 1975), o documentário Dominguinhos segue por trilhas musicais que temperam com sentimento a aridez de uma história de luta travada no Rio de Janeiro (RJ) a partir de 1954, ano da migração do sertanejo. "Acaba tudo em baião", resume lá pelo fim o próprio contador de seu causo. Antes, contudo, outros ritmos (como bolero e chá-chá-chá) entraram na história na fase em que o artista se sustentou tocando em boates cariocas.
 
Matriz que inspirou Dominguinhos antes de o artista delinear sua própria identidade no universo musical da Nação Nordestina, o influente mestre Luiz Gonzaga (1912 - 1989) ajudou seu aprendiz nesse difícil início longe das origens. Mas Dominguinhos, tanto o filme como o artista, evitam o lamento sertanejo. A saga é lembrada sem mágoas, com ênfase nos bons momentos, como a volta definitiva para o aconchego dos ritmos nordestinos no álbum Fim de festa (Cantagalo, 1964). Apesar do título de ressaca, tal LP simbolizou o início de nova era na vida musical do então jovem Domingos. Os anos 1970 lhe trariam  visibilidade nacional através de parcerias com expoentes da já então consolidada MPB.
 
A conexão mais notória de Dominguinhos nessa época de consolidação foi com Gilberto Gil, parceiro letrista de Lamento sertanejo (1973) e intérprete original de Eu só quero um xodó (Dominguinhos e Anastácia, 1973), xote ouvido no filme em número antigo de Gil com Dominguinhos, extraído de programa de TV. Eu só quero um xodó é uma das músicas mais famosas da parceria do cantor com sua segunda mulher, Anastácia. Obra que contabiliza 210 músicas. "Fora as que ela jogou fora quando ficou com raiva de mim", adiciona Dominguinhos em instante de humor no filme. Que, ao fim, pega o caminho de volta para o sertão, por ter Seu Domingos sido de lá, da caatinga do roçado, mesmo quando habitava cidades grandes, longe de sua terra.
 
Embora omita feitos e fatos de Dominguinhos a partir dos anos 1990, o filme impressionista de Joaquim Castro, Eduardo Nazarian e Mariana Aydar cumpre de forma emocionante a função de expor a grandeza da vida e obra do artista que focam com ternura. Ao viajar pelo Brasil árido de José Domingos de Morais, o filme traz na mala bastante saudade do (imortal) gigante gentil da nação nordestina.
 
Fonte: Notas musicais

terça-feira, 22 de abril de 2014

Robertinho de Recife vai produzir o CD que reúne Fagner e Zé Ramalho





Aprovado neste mês de abril de 2014 pela diretoria da gravadora Sony Music, o projeto do primeiro disco de Fagner com Zé Ramalho - arquitetado pelos artistas desde 2012 - vai ser concretizado. Robertinho de Recife vai produzir a gravação, cujo repertório vai orbitar em torno dos sucessos dos dois cantores e compositores (vistos em foto tirada por Marcelo Fróes em 2010). Antes, porém, Fagner vai lançar e promover o seu álbum de inéditas Pássaros urbanos, gravado sob produção de Michael Sullivan. Primeiro disco de Fagner em cinco anos, Pássaros urbanos já vai ser lançado em maio pela Sony Music. Arranha-céu é uma das faixas.
 
Fonte: Notas musicais

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Djavan planeja álbum de inéditas para 2015 e a edição de caixa para 2014



Mal pôs no mercado fonográfico o CD e DVD Rua dos amores ao vivo, registro do ótimo show baseado no disco de inéditas que editou em 2012, Djavan - em foto de Tomás Rangel - já planeja gravar outro álbum de inéditas. A ideia do cantor e compositor alagoano é entrar em estúdio no fim deste ano de 2014 para começar a preparar CD que, pelo seu cronograma, vai ser concluído ao longo do primeiro semestre de 2015. Antes de entrar em estúdio, Djavan vai lançar a já anunciada caixa que embala reedições remasterizadas de seus álbuns e celebra seus 40 anos de carreira fonográfica. A caixa vai trazer CD com (raras) gravações avulsas do artista.
 
Fonte: Notas Musicais

sábado, 5 de abril de 2014

Morte de José Wilker choca amigos e fãs.



A morte do ator José Wilker, na manhã deste sábado (5) pegou de surpresa fãs e amigos do artista.
Pelas redes sociais, colegas de trabalho expressaram o pesar e o choque com a notícia. "Wilker morreu? Como assim? Falei com ele ontem! Morreu de quê?", escreveu Marcelo Serrado no Twitter. O ator, de 66 anos, sofreu um infarto fulminante em sua casa, no Rio de Janeiro.Em poucos minutos, José Wilker se tornou o assunto mais comentado das redes sociais e figurou entre os Trending Topics mundial. Ele deixa as filhas Isabel, Mariana e Madá Wilker O último papel de Wilker foi como o médico Herbert na novela Amor à Vida, em 2013.
 

Wilson Freire lança livro ficcional da época da ditadura militar



Cinquenta anos foi o tempo necessário para o escritor, médico, cineasta e compositor Wilson Freire, 55 anos, finalizar todas as páginas de A única voz. O livro ficcional tem como pano de fundo a ditadura militar do Brasil e é influenciado por histórias que marcaram a vida do autor. A obra, publicada pela editora pernambucana Mariposa Cartonera, está sendo lançada neste momento no  Box Sertanejo, no Mercado da Madalena em Recife.
 
Na abertura do livro, Freire relata uma história verídica protagonizada por seu pai, em 1964. Jaime Freire era sargento da Polícia Militar, em Pesqueira, Agreste de Pernambuco, quando o exército ascendeu ao poder. Destituído da função, pois “estava sendo muito bonzinho com comunistas”, Jaime salvou-se, por pouco, de um atentado. O fato culminou na morte de um vizinho e foi presenciado pelo autor, que tinha 5 anos na época.
 
“Para mim, o livro começa ali. Ficou marcado e passei a vivenciar isso. Em 1975, comecei a escrever sobre o tema e não tinha maturidade para terminar”, conta. O projeto foi retomado em 1989, data da primeira oficina literária de Raimundo Carrero. “Deixei as bases prontas e em 2014 finalizei a obra. Por isso, que eu considero ter levado 50 anos”, relata.
 
A narrativa tem como personagens dois irmãos gêmeos, em lados opostos. Um militar e outro contrário ao governo. Apesar de ficcional, a história está impregnada com referências históricas. “Ele (o livro) tem a parte documental, com relatos do rádio que é o narrador. É a Voz do Brasil, chamada por ele de única voz, que conta a versão dos militares”, diz Freire.
 
A experiência do autor como militante também ajudou na concepção do livro. “Eu participei do movimento estudantil contra a vontade do meu pai. Não por ele ser militar, porque ele era democrático, mas tinha medo de acontecer algo comigo”, relembra.
 
A única voz custa R$ 13 e possui ilustrações de Germano Rabello. O título será vendido durante o lançamento. No estande da Mariposa Cartonera, localizado na Galeria Café Castro Alves (Rua do Lima, 280, Santo Amaro), e na fan page da editora no Facebook, o trabalho também  será comercializado.

Serviço:
A única voz
Editora: Mariposa Cartonera
Valor: R$ 13
Autor: Wilson Freire

José Wilker morre aos 66, vítima de infarto fulminante




O ator José Wilker, 66, morreu em sua casa, no Rio de Janeiro, na manhã deste sábado (5), vítima de um infarto fulminante enquanto dormia. A informação foi confirmado ao UOL pelo assessor do ator, Cláudio Rangel. "Nós percebemos hoje de manhã. Graças a deus, ele não sofreu nada", afirmou Rangel.
 
Wilker deixa as filhas Isabel, Mariana e Madá. Ele foi casado quatro vezes, com as atrizes  Renée de Vielmond, Mônica Torres e Guilhermina Guinle e com a jornalista Claudia Montenegro.O último trabalho do ator foi na novela "Amor à Vida", em que ele interpretou o médico Herbert. Antes disso, ele havia atuado em outra novela de Walcyr Carrasco, "Gabriela". Ao todo, Wilker atuou em 29 novelas, incluindo sucessos como "Roque Santeiro", "O Salvador da Pátria", "Anos Rebeldes" e "A Próxima vítima".
 
Nascido em Juazeiro do Norte, no Ceará, no dia 20 de agosto de 1947, José Wilker começou sua carreira como locutor de rádio no Ceará. Aos 19 anos, porém, ele se mudou para o Rio de Janeiro, onde começou a atuar. Um de seus primeiros trabalhos foi o filme "A Falecida", de 1965, protagonizado por Fernanda Montenegro. 
 
Com uma extensa carreira também no cinema, Wilker atuou em 49 filmes, como "Bye Bye Brasil", "Dona Flor e Seus Dois Maridos", "Jango" e "Giovanni Improtta" - baseado em seu famoso personagem da novela "Senhora do Destino".Wilker também trabalhou como diretor, tendo sido o responsável pelo seriado "Sai de Baixo", da Globo. Ele também dirigiu as novelas "Louco Amor", de 1983, e "Transas e Caretas", de 1984, e o filme "Cinderela", de 1986.

Fonte: Uol

quarta-feira, 2 de abril de 2014

"Lucy Alves, lança 1º cd solo"

 
 
Música inédita assinada por Marisa Monte com Carlinhos Brown, Se você vai, eu vou é a única novidade do repertório do primeiro CD solo da cantora paraibana Lucy Alves, uma das quatro finalistas da segunda temporada do programa The Voice Brasil (TV Globo, 2013). À venda a partir de hoje, 1º de abril de 2014, em edição da gravadora Universal Music, o CD Lucy Alves alinha basicamente no repertório regravações de músicas cantadas pela artista no programa. O disco foi gravado no Rio de Janeiro (RJ), sob a produção de Alexandre Castilho.
 
Entre sucessos nacionais oriundo da Nação Nordestina, Lucy rebobina Amor a perder de vista, música de sua autoria composta com seu pai, José Hilton Alves, o Badu, com quem a cantora integrava o grupo paraibano Clã Brasil. Aliás, Amor a perder de vista já tem registro na discografia do Clã, tendo sido lançada pelo grupo de forró pé-de-serra em DVD e CD ao vivo de 2006. Incentivador de Lucy Alves antes de a cantora ganhar projeção nacional via Globo, o cantor e compositor pernambucano Alceu Valença participa do CD, gravando com a artista seu hit Tropicana (Alceu Valença e Vicente Barreto, 1982).
 
Eis as 13 músicas alocadas nas 12 faixas do CD Lucy Alves:

1. De volta pro aconchego (Dominguinhos e Nando Cordel, 1985)
2. Frevo mulher (Zé Ramalho, 1979)
3. Gostoso demais (Domigunhos e Nando Cordel, 1986) /

    Isso aqui tá bom demais (Dominguinhos e Nando Cordel, 1985)
4. Ai, que saudade d'ocê (Vital Farias, 1982)
5. Tropicana (morena Tropicana) (Alceu Valença e Vicente Barreto, 1982)
6. Olhos nos olhos (Chico Buarque, 1976)
7. Se você vai, eu vou (Carlinhos Brown e Marisa Monte) - inédita
8. Qui nem jiló (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, 1950)
9. Festa do interior (Abel Silva e Moraes Moreira, 1981)
10. Segue o Seco (Carlinhos Brown, 1994)
11. Disparada (Geraldo Vandré e Théo de Barros, 1966)
12. Amor à perder de vista (Lucy Alves e Badu, 2006)
 
Fonte: Notas Musicais

terça-feira, 1 de abril de 2014

Contos de Monteiro Lobato voltam em volume único

 
 
“Muita saúva e pouca saúde, os males do Brasil são” – a frase imortalizada por Mario de Andrade em Macunaíma poderia muito bem ter sido escrita por Monteiro Lobato (1882-1948). Basta conferir o tom de seus textos curtos, reunidos agora pela primeira vez em um único volume, para se ter a dimensão de sua visão realista em um momento do Brasil (início do século passado, a chamada Primeira República) em que a pobreza era dominante porque a maior parte da população parecia imersa no atraso.
 
Contos Completos, que a Biblioteca Azul (selo da editora Globo) lança nesta semana, reúne os quatro livros de contos que Lobato publicou em vida: Urupês, em 1918, Cidades Mortas (1920), Negrinha (1922) e O Macaco Se Fez Homem (1923). São textos em que ele comprova não ter se influenciado pelo clima de reforma que marcava os autores do Rio de Janeiro, tampouco se entusiasmado pelas ilusões da Semana de Arte Moderna de 1922, que encantou a jovem burguesia paulistana.
 
Personalidade de múltiplas facetas, movido por sonhos e utopias, Monteiro Lobato era um homem que tomava partido sobre todos os assuntos polêmicos de sua época, defendendo suas posições em cartas e artigos que publicava na imprensa, sobretudo no Estado. E sua paleta de opiniões variava na composição, da defesa da manutenção do petróleo brasileiro a críticas de arte, cuja contundência o credenciava como um dos mais respeitados observadores de artes plásticas da época.